APERJ

Coleção VSM - Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão

Área de identificação

Código de referência

BR RJAPERJ VSM

Título

Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão

Data(s)

  • ca. 1979 (Acumulação)

Nível de descrição

Coleção

Dimensão e suporte

Textual: aproximadamente 1,1 m
Iconográfico
Fotografias: 720 itens

Área de contextualização

Nome do produtor

Vera Silvia Magalhães Albuquerque Maranhão (1948 - 2007)

História biográfica

Vera Sílvia Araújo de Magalhães foi uma economista, socióloga e militante no período militar. Nasceu em 5 de fevereiro de 1948 no Rio de Janeiro, filha da líder estudantil Maria Virgínia Gonçalves de Araújo e do advogado Cláudio Augusto Pestana de Magalhães. Seu tio paterno, Carlos Manoel Pestana de Magalhães era um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro em São Paulo e a presenteou aos 11 anos com o Manifesto Comunista.
Ingressou na militância política na Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Ames) aos 15 anos quando estudava no colégio Andrews. Em 1966 foi aprovada para cursar a faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no ano seguinte participou da formação da Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB).
Em 1969, após o enrijecimento do regime com o Ato Institucional nº 5, o grupo se deslocou para luta armada assumindo o nome de Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) - em referência a um grupo homônimo de Angra dos Reis que havia sido extinto pela repressão. As diretrizes da nova orientação do grupo foram escritas por Vera Sílvia e Franklin Martins seguindo uma linha militarista de esquerda e recebeu aprovação dos demais integrantes. A partir de então, Vera saiu da direção e foi designada para Frente do Trabalho Armado, tendo feito treinamento militar na floresta da Tijuca.
O grupo realizava assaltos a bancos, coma ideia de expropriação para seu financiamento. A operação mais ousada foi o sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick em setembro de 1969. O objetivo do ato era incialmente a divulgação de sua carta-manifesto com a exigência de libertação de 15 presos políticos. Após três dias o sequestro teve fim com as condições cumpridas pelo governo militar.
Depois da ação, Vera Sílvia precisou viver na clandestinidade, pois todos os participantes eram alvos preferenciais dos órgãos de repressão. Usando o codinome Dadá, foi presa em 1970 denunciada por uma vizinha no bairro do Jacarezinho. Com ferimento de tiro de raspão na cabeça foi hospitalizada e levada ao Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Vera ficou presa por três meses, período o qual sofreu forte tortura e foi libertada junto com outros 39 presos políticos mediante a troca realizada no sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben.
Banida do Brasil, sem os movimentos das pernas devido às torturas, foi levada para Argélia e recebeu tratamento médico. Recuperada, realizou treinamento militar em Cuba e conseguiu por meio de grupos guerrilheiros do Brasil um passaporte cubano falso usado para ir à Praga, onde trocou por um documento brasileiro também falsificado. Viveu um curto tempo em Paris casada com Fernando Gabeira, em seguida na Alemanha e no Chile. Decidiu deixar a militância, após fazer uma revisão crítica de sua atuação política e da organização.
Com o golpe de Pinochet em 1973, ambos abrigaram-se na embaixada da Argentina. Auxiliada pelo amigo Jean Marc von der Weid, Vera conseguiu salvo conduto para Buenos Aires primeiro, reencontrando Gabeira tempos depois. Devido ao sequestro do embaixador norte-americano foi difícil encontrar asilo, somente a Suécia os aceitou. O casal viveu somente por quatro meses no país, quando decidiram se separar e Vera seguiu para França. Em Paris trabalhou com o babá e estudou sociologia na Sorbonne.
Voltou ao país apenas 1979, com Lei de Anistia e morou por quatro anos no Recife. Um ano antes nasceu seu único filho, Felipe Magalhães de Albuquerque Maranhão, do casamento com Carlos Henrique Maranhão. Firmou residência no Rio de Janeiro novamente, trabalhou como funcionária pública estadual e foi aposentada por invalidez. Em 2002 ganhou na justiça o direito de receber pensão da União em reparação às torturas sofridas enquanto esteve presa, sendo a primeira pessoa a receber tal benefício. Vera Sílvia sofreu sequelas da tortura por toda vida e faleceu em 2007, aos 58 anos.

História do arquivo

Documentação produzida e acumulada pela titular da coleção .

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Doado em 2010 pela família da titular.

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Documentos pessoais e escolares; homenagens póstumas; documentos reunidos para pedido de anistia; manuscritos; entrevistas realizadas pela titular; revistas recortes de jornais sobre a anistia e o sequestro de Charles Elbrick e Ehrenfried von Holleben ; fotografias de família

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Sem tratamento técnico.

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Restrição devido a ausência de tratamento técnico. Ver artigo 9ª, item III da Portaria APERJ 30, disponível em: https://goo.gl/4T7jgW

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

  • francês
  • inglês
  • português

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Área de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Código de referência: BR RJAPERJ DRJ
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo Departamento Autônomo de Ordem Política e Social do Estado do Rio de Janeiro

Código de referência: BR RJAPERJ DGB
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Departamento de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara

Código de referência: BR RJAPERJ AB
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Ângela Borba

Código de referência: BR RJAPERJ DAR
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Daniel Aarão Reis Filho

Código de referência: BR RJAPERJ JFS
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Jair Ferreira de Sá

Código de referência: BR RJAPERJ JMW
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Jean Marc Van Der Weid

Código de referência: BR RJAPERJ DESPS
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Delegacia Especial de Segurança Política e Social

Código de referência: BR RJAPERJ DPS
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Divisão de Polícia Política e Social

Código de referência: BR RJAPERJ MFALD
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas

Código de referência: BR RJAPERJ DGI
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/coleção: Departamento Geral de Investigações Especiais

Código de referência: BR RJAPERJ POL
Entidade custodiadora: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro
Localização: Rio de Janeiro
Fundo/Coleção Polícias Políticas do Rio de Janeiro

Descrições relacionadas

Área de notas

Identificador(es) alternativos

Pontos de acesso

Pontos de acesso de assunto

Pontos de acesso de locais

Ponto de acesso nome

Área de controle da descrição

Identificador da descrição

BR RJ APERJ

Identificador da instituição

BR RJAPERJ - Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro

Regras ou convenções utilizadas

Brasil. Conselho Nacional de Arquivos. NOBRADE: Norma Brasileira de Descrição Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

Estado

Nível de detalhe

Datas de criação, revisão, eliminação

Identificado por Gabriela Costa da Silva em 2013. Pesquisa biográfica realizada por Clarissa Ramos Gomes, em 2016.

Idioma(s)

Sistema(s) de escrita(s)

Fontes

Nota do arquivista

Responsável: Gabriela Costa da Silva; Clarissa Ramos Gomes.

Zona da incorporação

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